Rio - Menina pobre do subúrbio, Dolores Duran se tornou um dos grandes nomes da música brasileira. Gravou em oito idiomas e morreu precocemente, aos 29 anos, interrompendo subitamente uma carreira brilhante. No ano em que completaria 80 anos, ela é a primeira mulher compositora homenageada na série MPB & Jazz, que tem sua sétima edição hoje, no Canecão.
O evento, concebido e coordenado pelo maestro Wagner Tiso, sempre com a Orquestra Petrobrás Sinfônica, tem participações de Emílio Santiago, Zélia Duncan e Mariana Aydar, cantando sucessos compostos ou eternizados por Dolores.
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Foto: João Laet/ Agência ODia.“Na música popular, ela foi uma compositora pioneira”, explica Wagner Tiso. “Sua importância está na preocupação com a qualidade. A maioria das cantoras da Rádio Nacional queria só fazer sucesso”, critica. “Ela tinha parceiros expressivíssimos, como Tom Jobim. Engrossou o caldo daquela época e se tornou um ícone”, diz Zélia.
“Quando cheguei no Rio, duas mortes estavam sendo choradas: a da Dolores e a do Newton Mendonça. E, por acaso, eles eram namorados”, lembra o mineiro. “Através dele, ela conheceu o Tom Jobim e fez ‘Por Causa de Você’. O Tom mostrou uma melodia para o Vinicius. Ela estava na plateia da Radio Nacional e fez a música na hora”, conta.
Wagner Tiso também ressalta a importância da apresentação de uma orquestra com repertório popular. “O público de música erudita vai ver um repertório ao qual não está acostumado e os que gostam de música popular também”.
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